
Processo de preservação inclui construções de 1872 a 1929
O Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc) decidiu abrir processo de tombamento do maior pacote de imóveis nos 20 anos de existência do órgão de preservação. De uma única vez, o conselho vai analisar 197 imóveis, todos eles no Centro da cidade, construídos entre 1872, quando a ferrovia chegou a Campinas, e 1929, data do levantamento cadastral do perímetro urbano da cidade, realizado no governo do prefeito Orosimbo Maia.
As 197 casas e estabelecimentos comerciais estão dentro do perímetro delimitado pelas Avenida Aquidabã, Rua Irmã Serafina, Avenida Anchieta, Rua Guilherme da Silva, Avenida Júlio de Mesquita, Rua Olavo Bilac, Rua Carlos Guimarães, Avenida Orosimbo Maia, Rua Jorge Krug, Avenida Barão de Itapura, Rua Dr. Ricardo, Rua Lidgerwood e Avenida dos Expedicionários. Até o tombamento final, eles não poderão ser modificados sem autorização prévia do Condepacc. Essa decisão, no entanto, não modifica muito a situação em que já estão porque todos eles estão dentro da área envoltória de prédios históricos, o que já garantia uma imposição de preservação.
Os 197 agregados ao estudo foram selecionados por uma equipe coordenada pela arquiteta Rita de Cássia Francisco, que tomou como base o Inventário da Região Central de Campinas, realizado dentro do Programa de Políticas Públicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e coordenado por Silvana Rubino e Daisy Ribeiro.
Nesse recorte territorial, estão imóveis como o Palácio da Justiça, o Mercado Campineiro, o conjunto de antigas casas da bucólica Rua do Rocio, Rua 13 de Maio, entre muitos outros. O inventário utilizado para embasar a definição dos bens a serem preservados é formado por um levantamento histórico com mapas, protocolos e plantas que possibilitaram o cadastro de aproximadamente 6,7 mil registros de pedidos de reforma, ampliações, construções de imóveis entre 1892 e 1945.
Transformação
São imóveis que testemunham um período em que o espaço geográfico campineiro foi transformado pela crescente urbanização consolidada pelo processo de industrialização. Desse mecanismo, surgiu um novo padrão urbanístico.
Rita explicou que a escolha dos imóveis relacionados para tombamento ocorreu após pesquisa histórica e de campo, levando em consideração a organização dessas construções na área central, de maneira que pudessem ser reunidas em grupos. Os grupos consideraram os padrões urbanísticos de ocupação, as características de implantação e tipologia predominante das edificações, a preexistência de áreas envoltórias de bens tombados, cuja regulamentação contribuiu para a disciplina e a conseqüente configuração das atuais formas de ocupação, visando à contextualização dos bens.
Fonte: Trechos da matéria de Maria Teresa Costa, publicada no Correio Popular de 02/12/2008. Foto: Conjunto de imóveis do entorno da Casa de Saúde. Acervo CSPC/Inventário.
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