Primeiro curso será voltado à restauração de cerâmicas; instituição portuguesa foi responsável por recuperação de azulejos em igrejas brasileiras
Um acordo para formação profissional de restauradores do patrimônio históricos foi firmada essa semana entre a Associação Espírito Santo Cultura (ligada ao grupo português Espírito Santo) e o Serviço Nacional da Indústria (Senai). A parceria permitirá que, juntas, as duas entidades formem professores para o ensino de restauro de patrimônio histórico.
O acordo, assinado durante um encontro empresarial Brasil-Portugal, que foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fará parte das comemorações dos 200 anos da chegada da família real portuguesa.
A Espírito Santo Cultura e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vão trabalhar em conjunto para formar professores de modo a que possam capacitar mão-de-obra para as áreas de preservação, conservação e restauro de patrimônio histórico. Com esse objetivo, as duas entidades assinam hoje em São Paulo um protocolo de intenções.
O primeiro curso será voltado à formação de professores na área da restauração cerâmica. O anúncio foi feito durante a abertura da exposição de azulejos vindos do acervo do Museu Nacional do Azulejo (MNA). A Associação Espírito Santo Cultura foi responsável pelo trabalho de restauração dos azulejos da Ordem Terceira de São Francisco de Salvador (Bahia) e da Igreja do Outeiro da Glória (Rio de Janeiro), e já coordenou cursos de formação profissional no setor de restauro em vários estados brasileiros, principalmente Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais.
A exposição abrange o período que vai do século XVI aos dias atuais e está apresentada de maneira cronológica para que o visitante possa perceber toda a originalidade da azulejaria. Além da importância histórica do acervo, os azulejos e cerâmicas — painéis, vasos, travessa e balaustres — mostram técnicas (ponta de diamante, enxarquetado e ponta de corda) e estilos distintos (barroco, rococó, neoclássico, art nouveau e art déco). Os motivos vão desde a influência árabe — arabescos, geométricos, mosaicos e composições que lembram tapetes persas —, até albarradas (florais), mitológicos, marítimos (alusão às descobertas de novas terras por Portugal), brasões de nobreza, cenas do cotidiano, hagiológicos (vida dos santos) e animais (principalmente macacos, influência da fauna das colônias tropicais).
Entre as relíquias que se destacam pela importância histórico-artística estão o painel de azulejos do brasão dos Bragança, casa real de Portugal e do Brasil, de 1558; um rodapé com motivo de macacos, de 1565; os painéis com inspiração moura, dos séculos XVI e XVII; e um mural em motivo floral, do século XVII.
Exposição: As Coleções do Museu Nacional do Azulejo de LisboaLocal: Galeria de Arte do SESI – Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-Masp
Datas e horários: até 20 de julho de 2008. De segunda-feira, 11h às 20 horas; de terça-feira a sábado, 10 às 20 horas; domingo, 10 às 19 horas.
Entrada: franca
Informações: (11) 3146-7405 / 7406 e sites
Fonte: http://aber.locaweb.com.br
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