sábado, 22 de agosto de 2009

Cada um na sua lei - obra histórica merecedora do prêmio Cundill



Em novo livro, Stuart Schwartz afirma que houve tolerância religiosa no mundo ibérico mesmo em meio às fogueiras da Inquisição. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre a obra e seus novos projetos.

Ao contrário do que se pensa, a Inquisição não transformou em cinza todo pluralismo religioso da época e, mesmo sob o risco da fogueira, a tolerância sobreviveu nos países ibéricos e colônias além-mar. Em seu novo livro, ‘Cada um na sua lei’, o historiador norte-americano Stuart B. Schwartz pretende reparar esta injustiça utilizando não o pensamento de nomes iluminados, mas a despercebida vida cotidiana dos anônimos da época. A obra chega ao Brasil já premiada. No ano passado, por conta do livro, Stuart recebeu o importante prêmio Cundill, um dos mais importantes do mundo na área de História. Publicada pela Companhia das Letras, a edição em português será lançada no dia 17 em São Paulo e dia 19 em Salvador.

O problema da salvação das almas era tão importante durante a Idade Média que foi criada uma ciência para tratar do tema. A soteriologia mobilizou teólogos por anos. Alguns mais ousados desafiavam os dogmas católicos com interpretações consideradas heréticas, como a teoria da apocatástase defendida pelo escritor Orígenes de Alexandria (185-254). Segundo ele, a natureza misericordiosa de Deus redimiria os pecados e salvaria a todos no final dos tempos. Apesar de rejeitada pela Igreja, posições como a de Orígenes contaminaram boa parte da opinião pública europeia durante séculos. Por se ater pouco à vida das pessoas comuns, Schwartz acredita que a historiografia acabou menosprezando a existência de sentimentos de tolerância que se faziam presentes mesmo em uma época na qual predominava a ortodoxia católica.

Texto de Adriano Belisário - Revista de História da Biblioteca Nacional
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